Conferência EELA 2017

Foram três dias intensos e nem a beleza natural de Zurique distraiu a atenção dos mais de 400 participantes na conferência anual da EELA. Aqui estão os temas de maior interesse e os principais aspetos deste evento sob o olhar da advogada e sócia da BAS Dália Cardadeiro.

 

A participação nesta edição da conferencia esteve além das expectativas?

Sim, porque alcançámos efetivamente – e não somente em termos gerais como sucede muitas vezes em eventos com um elevado número de participantes –, a possibilidade de trocar impressões concretas e recolher experiências com colegas de outros países quanto a matérias que nos interessam particularmente. São temas com os quais trabalhamos no nosso dia-a-dia junto dos clientes e também em sede formativa que ministramos, como é o caso, por exemplo, da proteção de dados no mundo laboral. Essa troca de impressões acabou por ser uma excelente e produtiva oportunidade de networking bastante interessante e enriquecedora.

 

A que intervenções ou plenários teve oportunidade de assistir em companhia dos outros dois membros da BAS que também estiveram na conferência (Alexandra Mota e Pedro Madeira de Brito)?

Aqui está uma súmula das sessões a que a equipa assistiu:

. Brexit and what happens next

. Counsel Forum – The new General Data Protection Regulation (no.2016/679, GDPR), Compliance in Practice

. Global Employers – Compensation and Benefits for Executives and Managers – One Size Fits All or Country per Country?

. The Digital Lawyer

. Modern Technology at the workplace – from “Swiss Army Knife” to Technology Stress

 

Houve algum tema que suscitasse maior interesse?

Destacaríamos, por um lado, a análise da evolução do tratamento e diversas experiências em diferentes países quanto à matéria da proteção de dados na área dos Recursos Humanos. Por outro, esteve o impacto que de forma quase transversal se denota na tendência do ‘smart working’, encarado como uma forma de evolução do teletrabalho que em bom rigor o nosso ordenamento jurídico já conhece e com o qual muitas das nossas empresas já estão familiarizadas. Essa forma de trabalho passa, sobretudo, pelo objetivo da maior eficácia e rentabilidade do trabalhador mediante a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação, e assim, da utilização e otimização de ferramentas que lhe permitem trabalhar em qualquer localização do mundo. Por último, tivemos oportunidade de analisar e partilhar experiências sobre os novos modelos de flexibilização do tempo e local de trabalho.

 

Quantas pessoas e de que países estiveram presentes no evento?

Participaram cerca de 444 membros, de cerca de 30 países.

 

Quais os principais temas abordados e o que mais moveu as pessoas a participarem?

Foi muito interessante o facto de que um dos primeiros pontos da ordem de trabalhos tenha sido o tema ‘Women at the Top’, em cujo painel de intervenientes a mais jovem era precisamente uma portuguesa: Cristina Fonseca. Esta Tech Entrepreneur, fundadora da Talkdesk e uma profissional empreendedora, recolheu a admiração dos participantes com a partilha da sua experiência e percurso profissional.

Igualmente muito interessante, como sempre, foi conhecer as mais recentes decisões judiciais europeias e casos pendentes conexos, apresentadas pelo reconhecido profissional Michael Rubenstein. Foram abordadas temáticas como horário de trabalho, transferência de trabalhadores, insolvência e o seu impacto nos direitos dos trabalhadores, despedimentos coletivos, despedimentos individuais, discriminação, privacidade no local de trabalho, direitos coletivos, contrato de trabalho a termo, e maternidade.

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